Dia Mundial do Meio Ambiente: O que o litoral Norte faz pelo seu meio ambiente?

O que o litoral Norte faz pelo  seu meio ambiente? Esta é uma pergunta crucial para o futuro de uma região com um meio ambiente fragilizado pela ações de seus habitantes e governantes. Nos contentamos com paliativas limpezas da orla, beira de rios e lagos ou algumas poucas legislações que na maioria das vezes nunca  foram cumpridas e são desconhecidas da sociedade.

 

Por outro lado, temos uma das questões mais relevantes e que não avança na região que é o tratamento de esgoto. Mesmo com ações na Justiça Federal, que se arrastam a anos, o esgotamento sanitário é privilégio de pequenas áreas em Capão da Canoa , Tramandaí e Torres, no restante dos municípios  a estimativa de prestação deste tipo é zero para os próximos anos.

 

Em Imbé, uma obra que iniciou em 2011 e tinha prazo de término para 2018, agoniza e caminha a passos lentos. Em Osório foi feito toda uma rede coltera e um estação de tratamento e tornou-se objeto de  uma disputa política e jurídica com Santo Antônio da Patrulha e um obra finalizada a quase 10 anos está inoperante. São milhões de reais jogados literalmente no esgoto. Nos demais municípios não há expectativa nenhuma de se implantar taratamento de esgoto. Enquanto isto, as fossas  utilizadas para a contenção dos dejetos contaminam o solo e os lençóis freáticos.

 

Ainda temos uma construção civil que cresce desordenadamente e vai ocupando espaços  que teóricamente deveriam ser protegidos e observamos isto trafegando ao longo da Estarda do Mar, onde grandes condomínios nascem todos os dias e avançam sobre áreas de banhado, dunas, e outras. E se o poder público pouco faz para preservar, a sociedade tem sua culpa na degradação do meio ambiente. Caminhando pelas dunas frontais o que se observa é uma grande quantidade de resíduos como garrafas, sacos de lixo, e todo o tipo de material, degradando um frágil ambiente. Ligações clandestinas de esgoto, restos de entulhos e avanço de moradias sem qualquer planejamento fazem parte do problema.

 

Ainda há inúmerlos pontos que merecem reflexão como a pesca de arrasto e clandestina que vem ceifando inúmeras espécies, entre elas a tainha, que poderá, em breve, ter sua captura proibida. Com o avanço do espaço urbano, a fauna vem diminuindo e algumas espécies de aves, por exemplo, que antes eram avistadas com frequencia, hoje se tornam raras.

 

Entretanto temos alguns exemplos de boas ações que vem de instituições como o Ceclimar (Centro de Estudos Costeiros, Limnólgicos e Marinhos da UFRGS), EcoImbé, Onda Verde, Farol das Baleias em Torres, entre outras. Entidades que atuam na educação e preservação ambiental.

 

Ainda há tempo de termos um equilíbro entre o desenvolvimento e a preservação ? Devemos analisar esta questão sob diversos aspectos, pois a preservação inclue educação, investimento, vontade política e menos ganância. Preservar o que resta é fundamental para a sobrevivência das futuras gerações. 

 

Texo e foto- Sandro Sauer- Dunas em Tramandaí

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