Safra da tainha apresenta bons resultados em 2025 e pescadores do litoral Norte comemoram
◔ 11/05/2025 19h22min ‣ Categoria: Geral ‣ Tags: #pesca da tainha em Tramandaí #pesca da tainha no RS #pesca colaborativa com botos #safra da tainha 2025 #pesca da tainha em SC
A safra da tainha nesta temporada de 2025 tem sido generosa no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Em Tramandaí, nos últimos dias, pescadores têm capturado grandes quantidades do peixe e com tamanho que muitas vezes ultrapassa 2,5 kg.
O pescador de Tramandaí Leandro Miranda acredita que a safra deste ano é a melhor desde 2018 e que as condições meteorológicas são fundamentais para a grande quantidade do pescado. " Na última semana capturamos mais de 1 tonelada." Disse Leandro.
Em Imbé e Cidreira também há registros de capturas fartas neste mês de maio. O pescador Gilcinei Amando, o Gilson, que também atua como secretário do Meio Ambiente de Imbé, disse que este ano tem sido um dos melhores dos últimos tempos com peixe de qualidade e em grande quantidade.
Na barra do Rio Tramandaí, a pesca colaborativa tem sido um espetáculo diário, onde os pescadores, com o auxílio dos botos, têm obtido excelentes resultados.
Segundo o Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina- Epagri-Ciram, as condições favoráveis à pesca da tainha se deve a atuação mais persistente do vento Sul favorecendo a saída dos cardumes do estuário da Bacia do Prata, principalmente, possibilitando que a captura de tainha ocorram logo no início da safra no mês de maio.
Conforme o Centro, o vento Sul faz com que a água fria e salgada entre nos estuários, provocando a saída dos cardumes de tainha para a desova. Esse vento, quando sopra por um período prolongado, empilha e empurra as águas frias — ou as Águas da Pluma do Prata (mistura de águas subantárticas com a água doce do Rio da Prata) — em direção à costa gaúcha e catarinense.
Outro fator favorável é a temperatura da água do oceano, que no Rio Grande Sul está variando entre 19 e 22 graus. “Neste ano, o que determinará uma boa safra de tainha será a frequência dos fenômenos meteorológicos e oceanográficos durante o período da pesca, bem como a presença das tainhas nos ambientes estuarinos (Lagoa dos Patos e Bacia do Prata), disse a Epagri Ceram.
Durante a maior parte de sua vida a tainha é encontrada dentro de estuários e lagunas costeiras, área utilizada para crescimento e alimentação. Mas durante os meses de outono e inverno as tainhas se agrupam em densos cardumes e deixam estes ambientes, iniciando uma migração reprodutiva que termina com a desova no mar. É justamente durante esta migração que a pesca da espécie é mais intensa, tanto pela frota industrial quanto por pescadores artesanais.
A pesca artesanal da tainha é a mais tradicional delas, e é tão antiga quanto se tem notícia. Diferentes artes de pesca são utilizadas para a captura deste peixe, incluindo, por exemplo, tarrafas, redes de emalhar, redes de caceio e arrastão de praia. Durante a safra, quando há grande demanda por tainha em toda a região Sul e Sudeste, as capturas realizadas por pescadores artesanais abastecem além de suas próprias famílias, os pequenos comércios locais e regionais, tais como peixarias e mercados municipais. A tainha da “safra” é extremamente apreciada nestas regiões, sobretudo pelo teor de gordura elevado e pela presença da ova – uma iguaria muito apreciada na culinária local.
Em Santa Catarina, a safra começou oficialmente em 1º de maio, com a pesca de arrasto de praia sendo liberada. Em fevereiro, uma portaria do governo federal estabeleceu um limite para a captura da tainha nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. A portaria estabelece cotas de captura por modalidade e área de pesca. O limite total para a safra deste ano é de 6.795 toneladas. Para a pesca artesanal, há uma limitação exclusiva aos pescadores catarinenses. A modalidade tem um limite de captura de 1.100 toneladas.
Nas demais modalidades, a restrição ficou dividida da seguinte forma:
600 toneladas para a modalidade cerco traineira nas regiões Sudeste e Sul do Brasil;
970 toneladas para a modalidade emalhe anilhado em Santa Catarina;
1.725 toneladas de emalhe costeiro para as regiões costeiras do Sudeste e Sul do Brasil;
2.300 toneladas no estuário da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
Para celebrar a tainha, existem inúmeras festas onde ela é a temática principal. A festa é comemorada em diversas cidades litorâneas, como Balneário Camboriú, Balneário Rincão, Barra do Sul em Santa Catarina, na Ilha do Mel no Paraná e Praia Grande em São Paulo. Uma das maiores festas associadas a tainha é a Festa Nacional do Peixe de Tramandaí, onde a tainha assada na brasa é a atração principal e neste ano acontece de 26 de junho a 20 de julho.
Fotos- Reprodução
Dapraia News/Epagri Ceram/Oceana
Galeria de Fotos



