CPI da CEEE Equatorial, em Osório, expõe anseios da comunidade por melhores serviços no litoral Norte
◔ 29/09/2025 20h36min ‣ Categoria: Geral ‣ Tags: #CPI da CEEE Equatorial #Osório #Luciano Almeida prefeito de Maquiné #CEEE Equatorial #reclamação da CEEE Equatorial #Miguel Rosseto #Luciano Silveira CPI CEEE
Aconteceu no final da tarde desta segunda-feira, 29 de setembro, na Câmara de Vereadores de Osório, audiência pública da CPI da CEEE Equatorial e RGE da Assembleia Legislativa com objetivo de escutar a comunidade referente à qualidade do serviço de energia elétrica.
A audiência foi aberta pelo presidente da CPI Miguel Rosseto (PT) que falou sobre o serviço da CEEE na região. “A situação no litoral Norte é inaceitável. A concessão é por 30 anos e a cada 5 anos tem indicadores de qualidade, onde a frequencia e a duração da falta de energia são indicadores que podem fazer com a concessionária perca a concessão. Elas tem que cumprir com o que diz no contrato e a percepção da comunidade é de que a CEEE Equatorial tem compromissos e ela descumpriu estes compromissos. É muito ruim o serviço. Somos solidários com o litoral Norte pelo fato dela ter descumprido os indicadores médios nos últimos dois anos. O que a CPI avalia é o contrato vigente e o que não está sendo cumprido ” Disse Miguel Rosseto.
O prefeito em exercício da Osório, Ed Moraes, salientou a demora no restabelecimento da energia em casos de eventos climáticos, mas que tem boa relação com a CEEE. “ Acredito que as equipes não são suficientes para fazer os enfrentamentos quando de temporais e também necessitamos de substituição de muitos postes.” Falou Moraes.
O presidente do Legislativo de Osório, Rossano Teixeira, disse que o serviço da CEEE Equatorial tem melhorado e que os eventos climáticos em sequencia fazem com que as dificuldades sejam imensas.
O presidente da Associação dos Municípios do Litoral Norte e prefeito de Imbé, Luis Henrique Vedovato agradeceu a Assembleia pela oportunidade e falou sobre as dificuldades na prestação do serviço de energia. ” Não sei se isto é uma consequência da falta de agilidade do atendimento ou do crescimento do litoral. Temos histórico de deficiência no serviço desde o tempo da CEEE pública e somos castigados com eventos climáticos extremos, mesmo que não tenhamos grandes enchentes. É bom saber que a AL está conosco.” Salientou.
O prefeito de Balneário, Cezar Furini, destacou alguns acontecimentos nos últimos meses onde Balneário Pinhal foi muito afetado. “ Temos uma má prestação de serviço não apenas quando falta luz e queremos uma previsibilidade em todos os serviços. Em julho ficamos até 6 dias sem luz e ajuizamos uma ação para restabelecer o serviço e conseguimos. Semana passada a sede do município ficou mais de 10 horas por um erro durante um procedimento da CEEE. Gostaríamos apenas de ter respostas mais rápidas e eficientes por parte da CEEE. E queremos ser parceiros da CEEE pra melhorar o serviço.” Disse Furini.
O prefeito de Maquiné, Luciano Almeida, falou que moradores do interior são muito afetados. “ Nosso município está sendo feito de bobo pela CEEE Equatorial que presta um serviço péssimo e vergonhoso. O atendimento é muito ruim, no Faxinal do Morro Alto levou mais de 4 dias para ligar um disjuntor. Espero que esta CPI não acabe em pizza. Quem mora em Maquiné sabe a indignação das pessoas pelo péssimo serviço.” Falou Almeida.
O deputado Luciano Silveira (MDB) salientou que esteve em diversos municípios ouvindo a população. “ O litoral Norte tem tido um aumento populacional muito grande e a nossa rede de energia não acompanhou este crescimento. O que nos é demandado é uma falta de conhecimento por parte de servidores que não conhecem a realidade. Sabemos das dificuldades da herança de equipamentos como postes que estão se deteriorando. Temos muitas dificuldades em diversas regiões do litoral e muito devido ao crescimento. Quero acreditar que a CEEE vai trabalhar no sentido de melhorar o quadro funcional, pois eles não conhecem a fundo a realidade de cada localidade. ” Disse o deputado.
O deputado Jeferson Fernandes (PT) disse que um dos compromissos dos deputados é fiscalizar e alguns dilemas não estão sendo resolvidos como é o caso da energia elétrica. “ Me preocupa o serviço de energia no litoral e ao ouvir os prefeitos constatamos que o problema é significativo. E que a contratação de mão de obra com pouca qualidade é um dos fatores de um serviço que muitas vezes é ineficiente.” Falou Jeferson.
O deputado Issur Koch (PP) disse que os problemas apresentados vem de antes da privatização e no processo de troca das companhias houve uma saída de 998 funcionários através de Plano de Demissão Voluntária. “Quando a Equatorial assume temos então o inicio de um período difícil de condições climáticas e isto deve ser levado em consideração.” Salientou.
O deputado Marcus Vinícius (PP) falou que o que motivou a CPI foram relatos de situações onde a sociedade é afetada por uma prestação de serviço que tem se mostrado ineficiente.
Nas manifestações da comunidade, Angela Silveira do Movimento de Moradores de Caraá e Osório ressaltou que são incontáveis vezes em que há falta de luz por diversos dias. “Em 2023 houve um período no inverno que ficamos 7 dias sem luz, em agosto desde ano ficamos 3 dias sem luz e em fevereiro 6 dias sem luz. Muitas vezes os funcionários não sabem o que fazer para restabelecer a energia. Somos bem atendidos pessoalmente, mas eletronicamente é uma piada” Disse.
Wesley de Asssis, do Movimento Unificado em Defesa do Litoral Norte (MOV) destacou que nas periferias, quando dos eventos climáticos, há um atendimento ineficiente. “ Na invasão Vale Verde, em Capão da Canoa, bairro Santa Luzia, Figueirinha, entre outras são extremamente impactadas. Nestes locais há postes caindo sobre casas e este é um aspecto de falta de responsabilidade social. Quando temos chuva, temos que parar as atividades em escolas e não temos resposta efetiva. Temos uma empresa privada que muitas vezes não tem material suficiente para restabelecer o serviço que é precário, além de um atendimento via celular que é ruim.” Disse.
O deputado Issur Koch cobrou do manifestante o local onde estes postes caíram e disse que as informações devem ser prestadas com responsabilidade.
Jorge Odilon Gomes, representante da comunidade do Quilombo Morro Alto, pediu que os gestores da CEEE Equatorial reflitam sobre toda a situação. “Tive várias situações onde não fomos atendido, mesmo com a presença de equipes, pois não havia protocolo. As equipes deveriam ter liberdade de manobras. A falta de luz ainda causa insegurança. “ falou.
Carolina Jobim, advogada, integrante da Comissão da Criança e Adolescente da OAB de Osório e moradora do bairro Aguapés de Osório relatou que no bairro há falta de energia elétrica com frequência e foi feito um abaixo assinado protocolado no Ministério público e uma cópia foi entregue à CPI.
O representante da Praia Real, em Torres, destacou os perigos das redes elétricas na localidade e que há uma infinidade de ligações clandestinas por falta de rede. “ Há uma precariedade no retorno do serviço, postes caindo em diversas ruas segurados apenas pelos fios, nossa rede é de remendo e há falta de investimentos. É comum passarmos Natal e Ano Novo sem luz.” Finalizou.
A CEEE Equatorial não se manifestou, pois terá oportunidade em outra sessão da CPI que volta a se reunir na próxima sexta-feira, 3 de outubro na cidade de Rio Grande.
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Fotos- Reprodução
Dapraia News
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